É estranha a sensação que substitui um amor sufocado e morto. É algo como visitar uma casa antiga, onde moramos durante muito tempo e fomos felizes; mas a casa, abandonada e envelhecida, mostra quase nada do que um dia já foi. A nostalgia, as lembranças e a comoção ficam mesmo por conta do visitante.
Mais intrigante ainda é quando o amor em tela foi natimorto. Nasceu forte, indomável, capaz de qualquer coisa. Menos de ser realizado, de existir de fato. Nasceu destinado a morrer, e assim, existiu de fato em apenas uma mente, machucou apenas um coração, apertou apenas um peito. De fato, como nunca fora concretizado, nem sequer nasceu. Foi apenas uma paixão, uma sucessão de pensamentos dirigidos, a energia canalizada, o choro derramado.
Agora fica essa sensação incômoda, de algo que fez bem, mas que não existiu; que teria sido bom, mas que era impossível. É um vazio triste, porque ninguém mais mora na antiga casa que existe somente na minha lembrança.
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