30 de out. de 2006

Tantos planos

Nada do que foi será,
de novo, do jeito que já foi um dia.
Tudo passa,
tudo sempre passará.
Eu tinha tantos planos na minha mente... Planos de como provocar teu sorriso, de te fazer feliz. Sonhava acordado pela manhã, depois do sonho adormecido, pensando no teu rosto, lembrando da tua voz. Era um sonho bom, que vinha naturalmente e eu apenas lhe dava espaço e tempo. Talvez fosse uma boa maneira de despertar.
Mas logo vinha a condenação. Aquele "NÃO" gigantesco, vermelho e estrondoso que pisoteava minha cabeça. "NÃO é possível". "NÃO acontecerá". "NÃO tenho chance". E então, o sonho se tornava castigo; a alegria, fraqueza; e os planos, tempo perdido de vida. Assim tem sido há muito tempo, e agora é um pouco menos do que já fora.
Já não te escondo mais nada; contei-te o que já sabias. Pelas pistas que deixei - algumas intencionais, outras não - e pelas tuas próprias observações, tua desconfiança já era uma certeza. Não preciso mais fingir que não sinto; não precisas mais esconder que sabes. A última lacuna na nossa amizade foi preenchida com transparência sincera e cristalina.
Agora a responsabilidade volta para mim. E é muito grande. A culpa não é tua, talvez minha, mas ainda choro pelo passado que não tivemos, e pelo futuro que não teremos. Choro pelos planos feitos e perdidos, pela energia jogada fora, pela chance que não existiu. Por aquilo que não veio e pelo resto que já passou. Parece que já é tarde, até para chorar.

Hodie amatur a me, cras amicus erit tamen. Plango!