4 de abr. de 2007

Bruno, o Questionável

E agora, Bruno?
Sem bolachinhas para comer no corredor,
Sem capuccino para beber,
Quer ir para Tóquio,
Mas Tóquio não existe mais.
Fugir do Jacu já não pode,
Os chamados fugiram também.
Sem perdigotos que voem além,
Sem a cerveja quente daquele bar,
Não há mais mesa onde o dedo possa bater,
Nem mais apostas há para se fazer.

E agora, Bruno?
E agora, você?
Você que zomba dos outros,
Que faz chacotinhas,
Que bebe, e chora?
É o verme rastejante
Da arraia-miúda.
Onde escondeu o glamour?
Onde perdeu o requinte?
A Biba fugiu,
O Zanza fugiu,
O Dé fugiu,
O Becker também fugir irá.
O Adriano estudou,
O Lucas passou,
O Moisés ligou,
O Dêilor mijou,
E a multa não veio.
E agora, Bruno?

Irá para o abraço
Dos seus amigos,
Vá buscar o conforto
Nos seus livros.
A sinuca o espera,
O concurso o espera,
O Vinícius o espera.
Esperar é o que já não pode.
Ainda que a inércia lhe doa,
Saiba que lá no fundo
há de ser boa pessoa!